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sábado, 7 de novembro de 2009

Saudades do Tempo



TEMPOS NO PORTO

Ah que saudade, que saudade
dos tempos da mocidade…
em que tínhamos outra idade
no tempo dos filmes do Tarzan
lá no parque das Camélias…
do James Dean no Batalha
em noites a Leste do Paraíso,
o Joselito e o Pedro Infante
mais a Marisol sem juizo
nas canções melodiosas
que passavam do Coliseu
ao Passeio das Cardosas.

Mas que saudades, meus amigos
dos bailes no Mário Navega…
as moças saltando os postigos
nas festas do desportivo de Portugal
em noites sem ver a enxerga
que nos animava o arraial!

Ah que saudades, companheiros
das coboiadas no Odeon
onde apareciam os mais matreiros…
e os Carnavais dos Fenianos
que animavam todo o burgo
e também os seus desenganos!

Mas que saudades eu sinto
desses tempos bem saudáveis
dos jogos de futebolim
em que fui jogador distinto
nos salões do Paladium;
das papas de sarrabulho
na flor dos congregados,
quem é que esquece o engulho
dos pastéis de chaves salgados
mesmo ao lado do Coliseu…
já não há! Quem os comeu?

Porto, 24 de Junho de 1972
Joaquim Coelho

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Video de Pedro Infante

http://www.youtube.com/watch?v=dA8FD-6RkOI

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Poemas da vida


Da vida tenho tudo quanto é possível: aventura, viagens, trabalho, amor, fantasia, família, amigos, memórias boas e más, doenças e curas; vou deixar neste espaço parte dos poemas escritos nas mais variadas situações emocionais que um ser humano pode ter. Tempos de viajar, tempos de amar, tempos de guerra e sofrimento, tempo de paz e convívio salutar com os amigos, tempo de desporto e aventura, tempo de reflexão e tempo para descansar.
NO MEU ESPAÇO

No tempo não sei de mim
No espaço já não estou…
Na vida fui lançado, enfim,
No mundo não sei quem sou!

É o mundo que me chama
Nas horas que não esqueço;
Na convulsão tudo é lama
A turvar o que não pareço.

Na passagem mal convertida
Da incessante contradição,
Luto numa ânsia desmedida
Para atingir a perfeição.

Ao nascer a nova esperança
Não sei se é a desventura…
Como acredito na bonança
Sinto a vida menos dura.

Enquanto o mundo se agita
Num inconstante torvelinho,
Creio na vida que palpita
Traçando o melhor caminho.

No tempo e no espaço eu sou!
Aquele que vive uma vida…
Porque sei para onde vou
Não abandono esta corrida.