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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Poemas dos Tempos - Portugal 81

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      ÀS ARMAS!

A embriagues do chinfrim
ao toque do clarim…
os soldados correm, correm
    na dureza da parada
evitando a severa “ecada”
para cumprir a convenção
todos rastejam no chão…

Uns são especialistas
outros pára-quedistas
alguns mais comodistas
e os que não estão nas listas
habilidosos no desenrasca
matreiros a dar à casca.     

Filhos de muitas mães
mal ou bem amamentados
são os alegres soldados
prontros para os enredos
das mais inóspitas regiões
onde desvendam os segredos
na eficácia das missões.

        Tancos, Junho de 1961



     AS FACES DO OCULTO

Acreditar nos fantasmas do além
é aceitar o enredo da ocultação
que uns senhores da ladroagem
usam nas manhas da extorsão.

Aos ladrões faço um manguito!
uso raros truques de magia
para entender o país roubado,
mas vou perdendo a habilidade
de decifrar o fim do teorema
da trama dos finos arguidos
que tratam de chorudos negócios
e a justiça perdida no esquema.

Hei-de arranjar um sistema
para deitar mão aos ladrões…
vou construir um teorema
e desmontar a comandita
que se apodera do país
onde a secreta maldita
oculta essa corja de gestores
montados no orçamento
que nos faz mais devedores.

Peço aos cidadãos enganados
para mudarem de planeta…
cada vez mais espoliados
com a roubalheira pegada,
sendo a justiça uma treta
vamos tratá-los à bastonada.

        Valongo, Novembro de 2009
Joaquim Coelho
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     GARRAS DO PODER

Garras dos governantes soberanos
ditam leis que causam danos
na vida dos servos machos,
de tão arrogantes e sem vergonha
são uma praga de peçonha
agarrados aos melhores tachos.

Ao suprimirem reais direitos
do futuro que é o nosso
ficar quieto não posso
nem ignorar a voz da razão
dos portugueses patriotas
que deram luz à libertação.

Essa gentalha da política podre
engorda que nem um odre
e já arreganha os dentes
aos ingénuos combatentes
de espingardas feitas de cravos
trata-os como indigentes
e fazem dos cidadãos escravos.

Contra a injustiça medonha
que nos causa sofrimento
e sobressaltos na velhice
não aceito a ladainha enfadonha
da conjuntura da nação…
porque será grande tolice
dar tréguas a essa escumalha
sem pensarmos na insurreição.

Abril de 2007
Joaquim Coelho

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