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domingo, 21 de março de 2021

Pedaços de Poesia

 Estados de alma confirmados

































sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Muito Boas Festas aos Amigos deste espaço.


 


 AOS AMIGOS AUSENTES

 

Pensei amarrar o postal

Nas asas duma gaivota

Que percorresse Portugal

Na missão santa e devota.

 

E quis mandar a caravela,

Para dar as Boas festas

Aos amigos que viajam nela

Com lisura e sem arestas.

 

Usando esta nobre invenção

Que melhora cada dia

Transmito-vos com emoção

Votos de paz e alegria.

 

Para cada um a seu jeito

Desejo um Natal gostoso

E para ser mais perfeito

Tenham um ano harmonioso.

 

Joaquim Coelho


sábado, 18 de abril de 2020

Apologia do Romântico

Eram tantos os POEMAS, que já vão cinco livros...

No livro: APOLOGIA DO ROMÂNTICO:


ELOGIO DO ROMÂNCTICO

Demorei a entender o elogio, mas fiquei babado com o lisonjeiro desabafo duma amiga do espaço cibernáutico. Casualmente, essa amiga afastada e de longa data, leu alguns dos textos em forma de poemas que vou deixando nos blogues: “desconhecia esse seu lado romântico! Parabéns.”
Eu, que uso os versos para atirar as pedradas aos políticos mal comportados, que faço severos reparos às injustiças que atingem os bons cidadãos e raramente faço versos com o romantismo dos meus longínquos trinta anos, senti-me embevecido por alguém entender que os meus versos são românticos.
 Será que tenho aqui maior motivação para agarrar as palavras com o condimento do romantismo? Isso seria demasiado fácil se esse romantismo não tivesse que vir de dentro da alma que comanda as emoções e afina os sentimentos.
Já lá vai o tempo em que as esperas com encontro marcado se confundiam com a negação da pontualidade. As horas, os minutos de ansiedade, atestavam a medida do amor que esperávamos encontrar na pessoa da nossa parceira.
Hoje em dia, só os privilegiados no amor podem sentir alguns sinais do romantismo. Os rendilhados amorosos estão no esquecimento, a vida agitada vai destruindo a estabilidade emocional; há muito amor desprendido por falta de momentos de carinho. Esta forma de vida banaliza os encontros sem amor, amachuca os corações, animaliza o sexo e armadilha as relações entre pessoas que se poderiam amar serenamente. Com tantas loucuras, lá se foram os conceitos da conquista e da vida em amor.

Extingue-se o fulgor do desejo
Com o desgaste do amor sem o beijo
Que tenha algum rigor.
Investe-se na esperança morta
Quando já não rompe a luz
Que aquece a razão do amor.
Joaquim Coelho


Link na imagem:
     

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Emoções na palma da mão




sexta-feira, 29 de março de 2013

Feliz Páscoa

Aos Amigos deste espaço,
vai o meu sincero abraço,
com desejo de que vençam as incertezas
com a coragem e convicção de que a vida é em frente.

 
 

sábado, 22 de dezembro de 2012

BOAS FESTAS

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FELIZ NATAL

Que a Amizade profética,

capaz de resistir ao tempo,

tenha a força magnética

e a energia do sentimento.

Joaquim Coelho
 
 
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Moçambique 88 - Poemas dos Tempos

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        CERRAR OS DENTES

Caminhar com as pernas a tremer
      neste calvário de mochila às costas:
      onde todos os sonhos se desmoronam
      por entre as veredas percorridas…
 
      a vontade não resiste ao impulso
      do protesto contra as diatribes
      que nos atiram para as estevas
      onde os corpos perdem a seiva
      e o sangue derramado nas matas
      salpica de vermelho o capim.
 
      O coração a pulsar atordoado
      e o fato sujo e ensanguentado
      anunciam o calor que esmorece
      a vontade de cerrar os dentes
      para lutar com o corpo cansado
      e mostrar a força dos valentes
      que baixam à terra sem a dignidade
      dos heróis do tempo recusado
      para descansar até à eternidade!

        Nangade, Setembro de 1967
             Joaquim Coelho
..



     CUMPLICIDADES

Às vezes me pergunto indeciso
se sou cúmplice desta tragédia
que se abate sobre a esta geração.
 
Embrenhado nesta guerra
destinada ao fracasso da pátria
e à descrença de um povo,
jamais se perderá da memória
a imagem patética e dolorosa
que nos faz viver infelizes:
 
as caminhadas são um inferno,
as emboscadas mortíferas
dizimam vidas fogosas e inocentes.
   Onde está a nossa verdade
   e a razão que a desconhece?
 
Evoco a memória dos ausentes
para ocultar uma existência banal,
que se apodera dos incoerentes.
Faço um apelo aos inoperantes
que fazem favores aos governantes
e não corrigem o rumo que vai mal:
 
temos que sair dos caminhos tortos
para podermos enterrar os mortos!

      Mueda, Outubro de 1966
Joaquim Coelho

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      CONFRONTOS
 
Há um confronto sem paralelo
de pelejas mortais alastrando
no aniquilamento da vida…
sem espadas e sem cotelo
há uma luta para vencer
nas matas que dão guarida
à razão do nosso querer.
 
Um conformismo incessante
leva os espíritos ingénuos
a acreditar no destino
que a incerteza lhes oferta
andrajoso em desatino
só lhes deixa o que não presta.
 
Perdida a linha do norte
e as razões desta jornada
só ficam imagens de morte
no tempo que não diz nada.
 
  Beira, Novembro de 1967
              Joaquim Coelho



          SERENIDADE

Como o tempo tudo desvenda
nada ficará oculto e perdido
na serenidade dos sentidos.
 
São dois corpos que se rendem
à evidência do fervoroso encontro
porque o amor não se inventa;
o destino não engana
quando dois braços se cruzam
e apertam com carinho
na linguagem de gestos
que outrora não entendemos.
 
É longo o dia da esperança...
desfaz-se o sonho e bonança
e alivia-se o medo que arremete
o deslumbramento da alegria…
prendo-te nos meus braços
porque o amor promete
um amanhecer mais sereno
onde a promessa renovada
faz brotar o amor interrompido
- a vida já tem outro sentido.
 
           Beira, Julho de 1966
Joaquim Coelho
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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Moçambique 87 - Poemas dos Tempos




 
   PICADAS DE MITEDA

O inferno é ali ao fundo
      além da pista de Mueda
      nos caminhos de Miteda
      como quem vai à fonte
      e sente o cheiro imundo
      da vereda ali de fronte,
      entre os postos quinze
      depois de passar o catorze
      no profundo escarpado
      aí onde se esconde a morte
      deprimente da paisagem
      que nos abandona à sorte
      e deixa sucumbir na voragem. 

      O inferno é esta ausência
      da vida que não se esquece
      nos dias da turbulência
     em que o corpo arrefece...
     é um sinal de advertência
     aos desprevenidos soldados
     que se afoitam endiabrados.

    Miteda, Julho de 1966
         Joaquim Coelho

    

 
          MAR ALTO

Em cada nova alvorada
construo mais um pensamento
que ponho nas mãos atrevidas
do insaciável envolvimento
nos contornos das avenidas
que o teu corpo consente…

Lentamente, avanço cuidadoso
entrelaço-te pela cintura
fitando os teus olhos tratantes
de cativante formosura…
sinto catalisado o engenho
sensual do compromisso adiado
quando acreditas no empenho.

Temos os corpos acorrentados
na amplitude do grato amor,
quentes e muito chegados
para celebrar a vida sem temor.

Longe das sombras engendradas
e longa distância de permeio
sinto as emoções embargadas
pela saudade da minha terra
e dos tempos do nosso passeio
entre as searas no estio
quando não temos a guerra.

Mesmo cansado e mais triste
emborco o sufoco dos dias
com a lealdade que não desiste
de clamar ao inimigo o descanso
para o meu corpo esgotado
dormir as noites do planalto
e sonhar que estou embarcado
no navio já em mar-alto.

Mueda, Janeiro de 1968
Joaquim Coelho
 


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      CURVAS DA MORTE  
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Antes da estrada das Oliveiras,
- curvas da morte... em Diaca,
sinto a chuva trespassar-me a pele
ensopar as ideias dentro de mim...
cubro-me com as cartas topográficas
dum país em retalhos sem fim
- que da pátria nada me dizem,
e deixo as mágoas caminharem
pelas picadas acidentadas
deste destino aos solavancos.
..
Deito-me com os restos da esperança
que me afoita o corpo maltratado.
..
Guardo os restos das tuas cartas
parecidas com recordações de criança
embrulhadas num anseio sonhado
onde as palavras de promessas fartas
manifestam esperança no regresso;
..
e para consolo da minha alma
sinto que tens os mesmos desejos
esperar que uma noite calma
me traga o sabor dos teus beijos!
..
                 Mueda, Setembro de 1966
..
Joaquim Coelho
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