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quarta-feira, 21 de março de 2012

Em dia de POESIA


      VIAGEM COM FUTURO

Em qualquer latitude astronómica
há um astrofísico a meditar o universo
com força na meditação de Kepler
a definir a razão dos movimentos
onde os seres dolentes e nato-homos
sofrem efeitos da força electromagnética
na genética fantasia das micro-vidas
vindas da lonjura do tempo permitido
no espaço cósmico indefinido.

Coordenadores silenciosos do abismo
partículas de electrões descontrolados
colidem com a natureza indefesa…
poluição dos espaços envenenados
deixa o homem perdido sem precisão
incapaz de proteger o corpo-resíduo
no mundo conspurcado e insalubre
algas moribundas nas sombras
da nuvem atómica suicida
aniquilando toda a forma de vida.

E os raios gama… proféticos
do futuro terra-galáxia agonizante
onde o homem asteróide imune
à força da catástrofe atómica
absorve o gás carbónico mortífero
que os fotões quanta regeneram
dentro da engrenagem astronómica.

Harmonia inter-galáxias… deslizante
universo dos fenómenos cósmicos
que nos determinam o amanhã
aquecimento progressivo imparável
   inigmático sinal da natureza
que os raios gama contrariam
com toda a força da natural magia
no complexo espaço sem limites
do movimento gravítico dos astros.

No afluxo de corpos interplanetários
somos nós o elemento ínfimo
libertados no espaço fecundado
com minúcia e infinita exactidão
que a relatividade harmoniza.

A fantástica aventura do homem
está na corrida do tempo-espaço
na imensidão do universo fragmentado
com movimentos indecifráveis
    desafio voluntário e reflexo
da ambiguidade tenebrosa da vida
ressonância do sonho volatilizado
em ondas de deutério-energia
fluxo fecundado de esplendor.

Avanço ao encontro clandestino
do futuro das gerações racionais,
em busca da fórmula metafísica
que preserve os bens da natureza,
numa intensa recuperação de recursos
fortemente degradados, sem pureza
da génese unificada e fonte de vida.

É uma sedução envolta no mistério
determinante das partículas de luz
percursoras da corrida no espaço
dum futuro imaginário, confiança,
sem desesperos, com esperança.

        Maia, Outubro de 1993

             Joaquim Coelho

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